Já faz algum tempo que li “Origem”,
de Dan Brown. Eu comprei logo que foi
lançado e li logo em seguida, pois adoro o estilo ágil e com conteúdo baseado
em pesquisas históricas que ele utiliza. Porém, admito: não foi meu livro
preferido, mas achei muito válidas as dúvidas que ele provoca.
Adoro os questionamentos que Dan
nos propõe. Suas pesquisas nos envolvem e nos fazem pensar o mundo de outro
jeito, a história sob outro prisma. As perguntas que ele sugere nessa obra a
respeito da nossa origem e do nosso destino (de onde viemos? para onde vamos?) são
muito interessantes, mas, um pouco angustiantes (ao menos pra mim). Talvez por
mexer numa seara de crenças e fé, ficou um pouco difícil pra eu aceitar a criação
do mundo sem Deus e abraçar a ciência como única causadora da vida. Pra mim, particularmente,
até a ciência depende de Deus – mas isso é opinião minha.
Me fascina o modo de Dan Brown
escrever, pois para contar sua história, e questionar a nossa história ele nos
leva por uma viagem maravilhosa. Sempre se utiliza de destinos lindos - dessa
vez foi a Espanha, começando com o Museu Guggenheim de Bilbao, depois Barcelona.
Numa mistura de fatos históricos ocultos, extremismo religioso, obras de arte
moderna e símbolos, a obra é ótima e nos prende pelo desejo da descoberta que
parece que mudará nossas vidas e responderá todas nossas perguntas.
Com um enredo que promete desvendar os segredos da nossa origem e da
nossa existência, a obra nos envolve do começo ao fim como sempre - bem ao
estilo de Dan Brown! Eu não consegui
largar o livro até chegar ao final. Porém, quando achei que uma grande
resposta colocaria fim às perguntas fundamentais da existência humana que
durante toda obra afloram em nosso íntimo, fiquei um pouco frustrada.
Achei as ‘respostas’ um pouco controversas e incapazes de fazer mudar
tudo que já sabemos a respeito de religião e ciência (não vou contar o deslinde
da história). Além disso, pra quem tem fé será um pouco difícil aceitar
totalmente a teoria apresentada pelo futurólogo Edmond Kirsch – aluno de Robert
Langdon. Como já mencionei, acredito que até a ciência depende do Criador.
O que mais me deixou cautelosa (e até mesmo, temerosa) foi a demonstração
de como a ciência e a tecnologia têm tomado uma dimensão enorme em nossas vidas
– e como cada vez será ainda maior. O cenário trazido nessa obra me pareceu que,
num futuro próximo, o mundo será pouco amoroso, nada acolhedor e totalmente
regido por máquinas e inteligência artificial – o que vai de encontro com tudo
que acredito, ou seja, que sem amor, empatia e humanidade não teremos progresso
e sim destruição.
Para mim, a revelação não foi uma grande descoberta que mudará
para sempre o papel da ciência. Acho que mesmo que tais descobertas sejam
reais, nada muda o papel de Deus – ao menos para mim.
Eu não consigo imaginar outro modo de origem da vida sem o Criador.
Talvez pela minha fé eu não consiga, sequer, vislumbrar isso, mas não pensem
que eu sou uma religiosa fanática fechada ao debate. Sou Cristã ‘comum’, o que quero
dizer que não sou estudiosa das religiões, nem praticante fervorosa. Tenho
minha fé e acredito mesmo que sem fé nada somos. Porém, respeito todos pontos
de vista e professo minha fé e minha crença do meu jeito, com amor e respeito. Acredito
que Deus é um só, mesmo que mude a religião. Penso mais ou menos assim: não
importa o caminho (religião), Deus é o destino de amor. Sou católica, frequento
espiritismo e sou yogue simpatizante do budismo. Acredito que o importante é fazermos o bem e
nos sentirmos bem.
Apesar de todas essas colocações, friso que a obra de Dan Brown é daquelas imperdíveis. Ele
mantém seu estilo delicioso, culto e eletrizante, nos convida a questionamentos
importantes e que nos fazem pensar no mundo, na fé, na religião e na ciência.
Recomendo!
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