sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Dica de leitura: “Laços Inseparáveis”, de Emily Giffin.


‘Laços Inseparáveis’ é uma história sensível que gira em torno de amores adolescentes que duram pra toda vida, gravidez não planejada, adoção, escolhas, arrependimentos... redenção. Uma história fascinante que não nos deixa largar o livro. Além de nos prender do começo ao fim, eu me emocionei com as sutilezas dos sentimentos e das atitudes de coragem, amor e até mesmo de abnegação.

“Marian Caldwell é uma produtora de televisão de 36 anos, vivendo seu sonho em Nova York. Com uma carreira bem-sucedida e um relacionamento satisfatório, ela convenceu todo mundo, inclusive si mesma, que sua vida está do jeito que ela deseja. Mas uma noite, Marian atende a porta... para apenas encontrar Kirby Rose, uma garota de 18 anos com a chave para o passado que Marian pensou ter deixado para trás para sempre. Desde o momento que Kirby aparece na sua porta, o mundo perfeitamente construído de Marian — e sua verdadeira identidade — será chacoalhado até o fim, fazendo ressurgir fantasmas e memórias de um caso de amor apaixonado que ameaça tudo para definir quem ela realmente é. Para a precoce e determinada Kirby, o encontro vai provocar um processo de descobrimento que a leva ao começo da vida adulta, forçando-a a reavaliar sua família e seu futuro com uma visão sábia e doce. Enquanto as duas mulheres embarcam em uma jornada para encontrar o que está faltando em suas vidas, cada uma irá reconhecer que o lugar ao qual pertencemos normalmente é onde menos esperamos nos encontrar — um lugar que talvez forçamos a esquecer, mas que o coração se lembra eternamente.” (informações contidas no site http://www.editoranovoconceito.com.br/livros/lacos-inseparaveis/).

A obra nos faz pensar muitas coisas como: até que ponto o passado e as escolhas feitas podem ser mudadas ou remediadas? Ou, que direito outras pessoas têm de querer mudar os resultados das escolhas de outra pessoa? Uma pessoa não tem o direito de optar por algo diferente do que pensamos ou que, supostamente, faríamos? Podemos julgar essas escolhas?

O livro trata de forma sensível e inteligente a respeito dos sentimentos de uma mãe que entrega um filho para adoção, da mãe que recebe essa criança e de todos envolvidos... e, na realidade, quem pode se meter e julgar essa decisão? E quanto às conseqüências? O que você acha?

A profundidade dos sentimentos narrados, bem como o conflito interno e as angústias das personagens são marcantes e bem reais. Impossível não se posicionar, ou ao menos não se confrontar com essas situações. Mais uma vez a autora nos coloca à frente de um dilema interno: ‘e se fosse comigo, como eu agiria?’

Você pode fugir, mas não se esconder” - essa frase contida no livro resume o sentimento da história, pois ninguém pode fugir da verdade, nem mesmo a respeito de fatos que foram muito bem organizados para nunca serem descobertos – mas pode optar por retomá-los e incorporá-los a sua vida ou não. Um dia a verdade aparece: tanto com relação a mentiras, em relação a sentimentos e principalmente com relação ao amor e bagunçam tudo, principalmente a vida ‘perfeita’ que a protagonista pretendia fazer todos acreditarem. Porém, arrumando essa ‘bagunça’ muitas coisas boas acontecem... a história é apaixonante e envolvente!

O final é bem realista e a obra poderia ter uma continuação (bem que eu queria!!), pois a história é incrível e a narrativa eletrizante.

Adoro os romances dessa escritora. Já li quatro deles e todos são um sucesso (veja outros posts aqui: http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2012/06/dica-de-leitura.html http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2012/11/dica-de-leitura.html) – agora só falta ler o último: ‘Uma prova de amor’.

Boa leitura!!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Dica de leitura: “Nietzsche Psicólogo - A Clínica à Luz da Filosofia Trágica”, de Simone Mainieri Paulon. Editora Sulina.

Recebi essa bela coletânea de textos que nos leva à compreensão de muitos aspectos emocionais à luz da psicanálise e quero compartilhar com vocês!

O livro nos faz refletir quanto às idéias filosóficas e confronta os pensamentos de Nietzsche e Freud nos fazendo pensar sobre temas diversos, mas inerentes à alma humana.
Como é um livro que trata que questões psicológicas e filosóficas, os ensinamentos poderão ser interpretados de formas diversas por cada leitor. Passo a falar do que me tocou e do que percebi com a leitura da obra - lembrando que cada um sente e entende de acordo com sua vivência, carga de emoções e conhecimento.
Na leitura dos textos, percebemos que as respostas aos mais diferentes questionamentos estão acessíveis em nossa alma, bastando buscar e projetar os caminhos e métodos de pensar da psicanálise e da filosofia.
Eu não sou o que se diria uma 'entendida' da área, então pra mim foi muito enriquecedor e passo a comentar alguns pontos interessantes que você poderá aprofundar, concordar ou discordar, como a afirmação de que a doença, o sofrimento e o ressentimento não têm apenas o lado ruim.

A dor pode ser a alavanca para novos rumos e para o renascimento, sendo indispensável permitir-se viver tanto as alegrias como as tristezas e frustrações. Assim aprendemos a lidar com os problemas e as culpas associadas e que nem sempre são reais, podendo então nos libertar.

Inclusive a obra traz a construção dos mandamentos da psicanálise trágica, explicando os mandamentos, como “Acolher a dor e o sofrimento como partes integrantes da vida, tanto quanto o prazer e a alegria”. Parece impossível, mas somente quando acolhemos e aceitamos o que estamos sentindo, podemos lidar com as conseqüências desse sentimento e até mesmo mudá-lo. Só podemos tratar aquilo que conhecemos, não podemos, portanto, nos furtarmos da dor e do sofrimento, nem mesmo podemos ou devemos disfarçá-los. Tudo que se vive intensamente é que se pode trabalhar e mudar dentro de nós, sem piedade ou complacência.

Interpretar os movimentos de construção e destruição como partes do mesmo devir criador” é o mandamento que nos ensina que a vida é feita de movimentos de morte e renascimento contínuos e concomitantes que nem sempre são trágicos como sempre imaginamos. Partes nossas morrem para que outras possam nascer num claro movimento de progresso emocional e afetivo.

A obra fala ainda das atitudes humanas atuais na busca de companhia eterna, porém irreal. O livro mostra uma visão clara e ao mesmo tempo triste em que as pessoas buscam amor, casamento, filhos, para se sentirem plenas e completas. Porém, essa busca nem sempre é verdadeira e, na maioria das vezes, representa apenas o deslocamento afetivo, ou seja, as pessoas cansadas das frustrações amorosas tentam enganar-se buscando algo fantasioso ou irreal para não mais perderem afetos – num claro sentimento de compensação das frustrações.

O livro coloca em foco a identificação do que é real e no que é fantasioso a respeito dessas escolhas existenciais, no medo das mudanças que justificamos como perdas, as quais nos paralisam, nos instigando a conhecer os próprios desejos reais e não aqueles substitutivos ou compensatórios.

A leitura dessa obra nos faz direcionar o olhar para dentro de nós mesmos em vários aspectos, nos permitindo digerir certas experiências emocionais vitais que muitas vezes foram aterradoras, mas à luz da psicanálise percebemos que representam apenas evolução e amadurecimento.

Além desses pontos que menciono, a obra traz inúmeros outros pontos e ensinamentos incríveis que nos fazem refletir.  Boa leitura!


Confira mais informações na fanpage da Editora Sulina www.facebook.com/editorasulina