segunda-feira, 27 de abril de 2015

Dica de leitura: “Se eu ficar” e “Para onde ela foi”, de Gayle Forman.

Ao ler a sinopse do livro “Se eu ficar” e de sua continuação “Para onde ela foi”, eu fiquei com muita vontade de ler os livros, talvez pelo tema envolvido – experiência de ‘quase-morte’, acho que se pode dizer assim, e também pelos sentimentos envolvidos.

O livro trata da história, e do dilema, digamos assim, de Mia que após um grave acidente tem que se ajudar e, sobretudo, decidir sobre seu futuro. O fato é que após o acidente onde ela perde toda sua família, ela continua vendo e ouvindo tudo. Ela vê o seu corpo, escuta tudo a sua volta, mas não sente nada. Nesse período, Mia nos conta sua história antes do acidente e também busca respostas para fazer a escolha mais difícil de todas: se deve ficar ou se deve se entregar e ir embora também.

Ao contrário do que se imagina esse dilema não é torturante para o leitor. Muitas vezes eu pensei “fica, por favor!”, mas em outros momentos eu pensava “vai, se entrega, nada aqui vale a pena”... Afinal não é nada fácil pensar em ficar aqui quando se perdeu toda família... Mas aí tem os sonhos, os projetos, o amor... A história é muito bem escrita e me envolveu completamente... O final me deixou muito feliz!

Confesso que sofri em algumas partes do livro, mas é inevitável quando você se coloca no lugar e percebe como pequenas coisas são importantes e outras que pensávamos ser grandes, nem tem tanta importância assim. Adoro livros que mexem com nossos sentimentos como esse, que nos fazem pensar nas possibilidades e dos motivos de lutar ou de se entregar.

O segundo livro “Para onde ela foi” é uma história contada por Adam – namorado de Mia, três anos após o acidente, expondo todos os medos, angústias e esperanças após um acontecimento tão devastador quanto a perda de toda família de sua amada e as consequências disso.

Não vou contar qual foi a “escolha” de Mia no primeiro livro, assim você ficará ansioso para saber o desenrolar da história, bem como as surpresas que virão no segundo livro.

Esses livros são ótimos, com leitura fácil e cativante. Você vai se emocionar (eu me emocionei muito)!!

Mais uma autora que eu me apaixonei... Recomendo! Eu já estou com o terceiro livro dela em mãos: "Apenas um dia"!


Boa leitura! 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Dica de leitura: “O Sári Vermelho”, de Javier Moro.


"A história real da mulher que desafiou a Índia por amor"

"O amor de uma mulher. 
A saga de uma família. 
A epopeia de uma nação."



Espetáculo de livro! Amei. História real de amor, política, dedicação e saga familiar. Simplesmente imperdível. Essa obra é aquelas que além de entreter, nos ensina. A saga da família Nehru-Ghandi é narrada com grande eloquência e com riqueza de detalhes, mas não só como uma biografia ou romance. O livro conta, e explica, a história social, religiosa e política da Índia.

O título remete ao sári vermelho - peça de roupa típica da Índia, fiado por Jawarharlal Nehru quando esteve preso, para presentear sua filha Indira. Esse sári tem uma carga histórica, pois foi usada por Indira Gandhi, sua nora Sônia e sua neta Priyanka em seus respectivos casamentos.

O ‘Sári Vermelho’ é uma epopeia. É a saga de Nehru, Indira, Rajiv, Sanjay, Maneka, dos bilhões de habitantes da Índia, com os erros e acertos, no intuito de construir uma nação mais justa e independente.

Além dessa carga cultural, o livro traz a história linda de amor, dedicação e abnegação de Sonia, uma mulher que abandonou a Itália, sua terra natal, para viver ao lado de seu amor. Além disso, Sonia ajuda a Índia a concretizar sonhos de uma grande nação. A história é envolvente e muito bem escrita.

O livro conta detalhadamente a história da dinastia Nehru-Gandhi, explicando a história da Índia independente, seus costumes e tradições. Rajiv, marido de Sonia Gandhi, uma italiana de Orbassano, foi vítima de um atentado terrorista. A mãe de Rajiv, Indira Gandhi, e avô Nehru, também foram assassinados. Os três atuaram no cargo de Primeiro-Ministro da Índia e lutaram para manter o país independente. Depois da morte de Rajiv, Sonia supera o preconceito por não ser indiana de nascimento e assume a presidência do maior partido democrático da Índia, tornando-se uma das mulheres mais influentes do mundo.

A história familiar que se confunde com a história política da Índia tem, ainda, a nuance da simplicidade. No livro vemos uma família comum como qualquer outra, com seus problemas familiares e atritos. Sempre achamos que famílias que estão no poder estão acima das convenções e acima de conflitos ideológicos e filosóficos, mas nessa obra há o relato detalhado de que isso é ilusão. Todas as famílias têm seus percalços. Indira teve dois filhos, um deles foi Rajiv, grande político, mas também teve Sanjay, que era uma pessoa inconsequente e preocupada apenas em ter poder a qualquer custo. Este se casa com uma mulher ambiciosa que dá asas a esse traço problemático de sua personalidade, o que traz grandes problemas familiares e políticos.

A narrativa do livro nos dá esperança de lealdade e devoção pelo país. Sonia abre mão de suas convicções (odiava política), e em benefício de uma nação, assume o papel que o povo precisa.

A dedicação, a coragem e a honestidade da família em prol de um país é apaixonante e nos faz sonhar com um futuro melhor e com governantes que realmente estejam engajados na causa do povo. Sonho? Utopia? Não sei. Mas eu sou uma sonhadora e apaixonada... Prefiro acreditar que existem pessoas que, um dia, farão acontecer em nosso país e no mundo todo.

Adoro sagas com pano de fundo uma história real, e esse livro nos transporta para a Índia de forma incrível, nos fazendo compreender o dia-a-dia, os costumes, tradições e a política daquele país.

O livro vai muito além de um simples romance, ele relata a história política da Índia, sua cultura, os oitocentos idiomas, crenças, tradições, enfim, é uma aula sobre esse país asiático que é a maior democracia do mundo.

Recomendo a leitura! O livro é fascinante!

Boa leitura! 

segunda-feira, 30 de março de 2015

Dica de Leitura: “O Beijo na Parede”, Jeferson Tenório. Editora Sulina.

Há algum tempo vi esse livro no site da Editora Sulina e fiquei muito curiosa. Ao ler fui arrebatada. A linguagem simples me cativou, parece que o autor está conversando conosco e a história prende do início ao fim. Nem preciso dizer que li em apenas uma noite, pois não dá pra dormir sem saber o final! Essa bela edição da Editora Sulina é muito interessante e trata de temas doloridos de forma delicada e envolvente.


O livro trata da história de João, que com apenas 11 anos se vê órfão: perde a mãe por um câncer; se muda para Porto Alegre com seu pai, que logo se suicida – aqui já enfrentamos um tema super devastador. Assim o pequeno João e se vê obrigado a enfrentar a vida sozinho, a superar os abandonos mundanos e precisa amadurecer precocemente.


A história trágica do menino órfão que vem morar no Rio Grande do Sul toma rumos inesperados e a condução de sua vida surpreende. Diante de tantos abandonos materiais e emocionais, João consegue sobreviver e nas entrelinhas ainda podemos sentir a carga psicológica e filosófica da narrativa e a descrição de como o jovem teve de amadurecer de qualquer jeito e da melhor maneira possível.

 Não pense que o livro tem uma narrativa pesarosa e enfadonha. A história nos faz refletir sobre muitos aspectos da vida, os abandonos que todos nós de uma forma ou outra também sofremos, as violências que muitos estão expostos, a fome, a incerteza do amanhã, a fé, a sexualidade. Nesse contexto ele ainda consegue falar sobre educação e assim insere os livros na trama e em sua vida.

O Beijo na Parede” é o primeiro livro Jeferson Tenório e ele conseguiu cativar o leitor pela sua narrativa fascinante e envolvente. Gostei muito tanto do tema, como a forma que ele tratou as questões de forma delicada e ao mesmo tempo direta.

Esse romance foi premiado com o troféu "Livro do Ano" - 2014 - AGES (Associação Gaúcha de Escritores). Confira a fanpage da Editora Sulina www.facebook.com/editorasulina

Recomendo a leitura!




terça-feira, 17 de março de 2015

Dica de leitura: “Testemunhos da Infâmia - Rumores do Arquivo”, organizado por Tania Mara Galli Fonseca, Carlos Antonio Cardoso Fillho e Mário Ferreira Resende. Editora Sulina.

Essa obra da Editora Sulina trata de temas filosóficos da vida à luz da psicologia e da psicanálise. O livro traz textos de profissionais da área que vivenciaram diversas situações junto a doentes mentais, prostitutas, usuários de drogas, e analisaram os sentimentos de forma clara e profunda. A obra nos faz refletir sobre a vergonha de situações existentes, mas que preferimos fechar os olhos, para que o sentimento triste não nos atinja – como se isso fosse possível.

Os textos dão voz àqueles que sempre foram “representados” por outros: prisioneiros, loucos, drogados, prostitutas, a partir dos cenários da infâmia que os rodeiam, como o dos presos da ditadura militar ou do território da prostituição.

O livro mostra situações críticas e busca significados para sentimentos vivenciados pelos indivíduos que não têm outra opção senão de submeter-se. Os testemunhos contidos na obra nos fazem olhar para vidas que não imaginamos e a infâmias que muitos estão submetidos por simples falta de opção, pois não diria que é falta de coragem mudar essas situações tão limítrofes, visto que a mudança teria de ser bastante radical e não dependeria apenas de vontade - é preciso estrutura para tanto.

Nesse livro nos deparamos com situações corriqueiras para esses indivíduos – mas nem por isso menos tristes, que foram testemunhadas por pessoas que trabalharam nas instituições ou que buscaram conhecer as reais situações diárias desses locais a fim de analisar e humanizar essa vivência.

Confira mais detalhes na fanpage da Editora Sulina www.facebook.com/editorasulina

Boa leitura!




segunda-feira, 2 de março de 2015

Dica de leitura: “Tim” – Colleen McCullough

Há anos eu li outro livro dessa autora: “Pássaros Feridos” – inclusive já falei desta obra aqui: http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2013/05/dica-de-leitura-passaros-feridos-de.html. Agora, li esse livro fabuloso: “Tim” – que venho recomendar a vocês por ser uma história única e inesquecível.


A história se passa na Austrália e traz Mary, uma solteirona bem sucedida, mas pessoa simples e solitária; e Tim, um rapaz jovem, com problemas de aprendizado, ingênuo e puro, como protagonistas dessa bela história que tocará seu coração.

Ao conhecer o jovem Tim, com todas suas limitações, a vida de ambos muda. Não espere um relato de uma história de amor quente e enlouquecedora, mas sim um relato de amor sereno que começa tranquilamente, com doação, dedicação e abnegação surpreendentes. É um sentimento novo para Mary, um tipo de amor que ela nunca imaginou sentir. É emocionante a forma e a delicadeza que a autora relata essa relação e esses sentimentos tão nobres.

A história é belíssima e nos toca mostrando que os verdadeiros sentimentos são singelos, que a vida é simples e que para sermos felizes bastam pequenos gestos, desde que verdadeiros: dedicação, afeto, companheirismo, doação, amor.

A obra dessa autora mais uma vez me surpreendeu e me arrebatou. Emocionei-me com a facilidade do acesso à felicidade pelos olhos do ingênuo e amável Tim, com a dedicação de Mary e com a sucessão de acontecimentos que nos tocam.

Adoro livros que deixam uma marca no meu coração – na verdade, sempre busco livros que me trazem mensagens edificantes. Esse livro é mais um desses que ficarão para sempre na minha memória. Super recomendo a leitura!

Aproveito para, com esse post, fazer uma pequena homenagem à escritora Colleen McCullough que nos deixou agora em 29 de janeiro de 2015. 

Quero agradecer pelas suas obras grandiosas que lhe fizeram imortal. Obrigada também pelas maravilhosas mensagens que nos deixou. Colleen sempre será lembrada pelo seu incrível legado pessoal, pelo seu talento de ter conseguido nos tocar com sentimentos tão profundos e que foram traduzidos de forma brilhante, simples e delicada. Parabéns e obrigada!

Boa leitura!




sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Dica de leitura: “Laços Inseparáveis”, de Emily Giffin.


‘Laços Inseparáveis’ é uma história sensível que gira em torno de amores adolescentes que duram pra toda vida, gravidez não planejada, adoção, escolhas, arrependimentos... redenção. Uma história fascinante que não nos deixa largar o livro. Além de nos prender do começo ao fim, eu me emocionei com as sutilezas dos sentimentos e das atitudes de coragem, amor e até mesmo de abnegação.

“Marian Caldwell é uma produtora de televisão de 36 anos, vivendo seu sonho em Nova York. Com uma carreira bem-sucedida e um relacionamento satisfatório, ela convenceu todo mundo, inclusive si mesma, que sua vida está do jeito que ela deseja. Mas uma noite, Marian atende a porta... para apenas encontrar Kirby Rose, uma garota de 18 anos com a chave para o passado que Marian pensou ter deixado para trás para sempre. Desde o momento que Kirby aparece na sua porta, o mundo perfeitamente construído de Marian — e sua verdadeira identidade — será chacoalhado até o fim, fazendo ressurgir fantasmas e memórias de um caso de amor apaixonado que ameaça tudo para definir quem ela realmente é. Para a precoce e determinada Kirby, o encontro vai provocar um processo de descobrimento que a leva ao começo da vida adulta, forçando-a a reavaliar sua família e seu futuro com uma visão sábia e doce. Enquanto as duas mulheres embarcam em uma jornada para encontrar o que está faltando em suas vidas, cada uma irá reconhecer que o lugar ao qual pertencemos normalmente é onde menos esperamos nos encontrar — um lugar que talvez forçamos a esquecer, mas que o coração se lembra eternamente.” (informações contidas no site http://www.editoranovoconceito.com.br/livros/lacos-inseparaveis/).

A obra nos faz pensar muitas coisas como: até que ponto o passado e as escolhas feitas podem ser mudadas ou remediadas? Ou, que direito outras pessoas têm de querer mudar os resultados das escolhas de outra pessoa? Uma pessoa não tem o direito de optar por algo diferente do que pensamos ou que, supostamente, faríamos? Podemos julgar essas escolhas?

O livro trata de forma sensível e inteligente a respeito dos sentimentos de uma mãe que entrega um filho para adoção, da mãe que recebe essa criança e de todos envolvidos... e, na realidade, quem pode se meter e julgar essa decisão? E quanto às conseqüências? O que você acha?

A profundidade dos sentimentos narrados, bem como o conflito interno e as angústias das personagens são marcantes e bem reais. Impossível não se posicionar, ou ao menos não se confrontar com essas situações. Mais uma vez a autora nos coloca à frente de um dilema interno: ‘e se fosse comigo, como eu agiria?’

Você pode fugir, mas não se esconder” - essa frase contida no livro resume o sentimento da história, pois ninguém pode fugir da verdade, nem mesmo a respeito de fatos que foram muito bem organizados para nunca serem descobertos – mas pode optar por retomá-los e incorporá-los a sua vida ou não. Um dia a verdade aparece: tanto com relação a mentiras, em relação a sentimentos e principalmente com relação ao amor e bagunçam tudo, principalmente a vida ‘perfeita’ que a protagonista pretendia fazer todos acreditarem. Porém, arrumando essa ‘bagunça’ muitas coisas boas acontecem... a história é apaixonante e envolvente!

O final é bem realista e a obra poderia ter uma continuação (bem que eu queria!!), pois a história é incrível e a narrativa eletrizante.

Adoro os romances dessa escritora. Já li quatro deles e todos são um sucesso (veja outros posts aqui: http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2012/06/dica-de-leitura.html http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2012/11/dica-de-leitura.html) – agora só falta ler o último: ‘Uma prova de amor’.

Boa leitura!!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Dica de leitura: “Nietzsche Psicólogo - A Clínica à Luz da Filosofia Trágica”, de Simone Mainieri Paulon. Editora Sulina.

Recebi essa bela coletânea de textos que nos leva à compreensão de muitos aspectos emocionais à luz da psicanálise e quero compartilhar com vocês!

O livro nos faz refletir quanto às idéias filosóficas e confronta os pensamentos de Nietzsche e Freud nos fazendo pensar sobre temas diversos, mas inerentes à alma humana.
Como é um livro que trata que questões psicológicas e filosóficas, os ensinamentos poderão ser interpretados de formas diversas por cada leitor. Passo a falar do que me tocou e do que percebi com a leitura da obra - lembrando que cada um sente e entende de acordo com sua vivência, carga de emoções e conhecimento.
Na leitura dos textos, percebemos que as respostas aos mais diferentes questionamentos estão acessíveis em nossa alma, bastando buscar e projetar os caminhos e métodos de pensar da psicanálise e da filosofia.
Eu não sou o que se diria uma 'entendida' da área, então pra mim foi muito enriquecedor e passo a comentar alguns pontos interessantes que você poderá aprofundar, concordar ou discordar, como a afirmação de que a doença, o sofrimento e o ressentimento não têm apenas o lado ruim.

A dor pode ser a alavanca para novos rumos e para o renascimento, sendo indispensável permitir-se viver tanto as alegrias como as tristezas e frustrações. Assim aprendemos a lidar com os problemas e as culpas associadas e que nem sempre são reais, podendo então nos libertar.

Inclusive a obra traz a construção dos mandamentos da psicanálise trágica, explicando os mandamentos, como “Acolher a dor e o sofrimento como partes integrantes da vida, tanto quanto o prazer e a alegria”. Parece impossível, mas somente quando acolhemos e aceitamos o que estamos sentindo, podemos lidar com as conseqüências desse sentimento e até mesmo mudá-lo. Só podemos tratar aquilo que conhecemos, não podemos, portanto, nos furtarmos da dor e do sofrimento, nem mesmo podemos ou devemos disfarçá-los. Tudo que se vive intensamente é que se pode trabalhar e mudar dentro de nós, sem piedade ou complacência.

Interpretar os movimentos de construção e destruição como partes do mesmo devir criador” é o mandamento que nos ensina que a vida é feita de movimentos de morte e renascimento contínuos e concomitantes que nem sempre são trágicos como sempre imaginamos. Partes nossas morrem para que outras possam nascer num claro movimento de progresso emocional e afetivo.

A obra fala ainda das atitudes humanas atuais na busca de companhia eterna, porém irreal. O livro mostra uma visão clara e ao mesmo tempo triste em que as pessoas buscam amor, casamento, filhos, para se sentirem plenas e completas. Porém, essa busca nem sempre é verdadeira e, na maioria das vezes, representa apenas o deslocamento afetivo, ou seja, as pessoas cansadas das frustrações amorosas tentam enganar-se buscando algo fantasioso ou irreal para não mais perderem afetos – num claro sentimento de compensação das frustrações.

O livro coloca em foco a identificação do que é real e no que é fantasioso a respeito dessas escolhas existenciais, no medo das mudanças que justificamos como perdas, as quais nos paralisam, nos instigando a conhecer os próprios desejos reais e não aqueles substitutivos ou compensatórios.

A leitura dessa obra nos faz direcionar o olhar para dentro de nós mesmos em vários aspectos, nos permitindo digerir certas experiências emocionais vitais que muitas vezes foram aterradoras, mas à luz da psicanálise percebemos que representam apenas evolução e amadurecimento.

Além desses pontos que menciono, a obra traz inúmeros outros pontos e ensinamentos incríveis que nos fazem refletir.  Boa leitura!


Confira mais informações na fanpage da Editora Sulina www.facebook.com/editorasulina

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Amigas e mais nada...

Li o texto que segue na internet. Não sei a autoria, mas poucas vezes encontrei um texto tão lindo e verdadeiro, por isso compartilho com vocês.

Com esse texto quero homenagear a amizade. 
Amigas, vocês sabem a importância que têm na minha vida, mas sempre é bom enfatizar!!




"Aqueles dias em que só elas resolvem.

Tem dias em que a gente acorda e não queria a mãe, nem o namorado, nem o sapato novo e nem mesmo o Adam Levine. Tem dias em que a única solução é uma delas por perto. Você e elas.

Elas. Que colocam o dedo na ferida e na sequência fazem seu curativo.
Que te julgam e nunca te condenam. Que apontam todos os seus erros e desenham o mapa do caminho mais seguro. Que dizem que vão te matar se você fizer isso de novo e você faz de novo e elas não te matam.
E te resgatam.

Tem dias em que a gente só queria que não tivesse trabalho, não tivesse distância, não tivessem maridos, namorados e casos. Que a gente queria acordar como nos velhos tempos, edredons para dormir no chão, sem hora para se levantar. Pijama e elas.

Elas. Do brigadeiro na panela, nada gourmet. Do Diário de Bridget Jones, do Diário da Princesa, do Diário de uma Paixão. Elas,diariamente.
Elas, que são nossa terapia sem precisar dizer nada, pelo simples fato de estarem lá, compartilhando as calorias, as frases decoradas dos filmes, as angústias secretas do nosso peito.

Tem dias em que não dá pra esperar até sexta. Que tem que ser agora, como era na escola, na faculdade, na pós, na chegada no trabalho. Que vocês iam até o banheiro pra conversar e chorar e rir e demorar e curar.
Banheiro e elas.

Elas. Que são onipresentes, que mesmo não estando, estão. Que mesmo quando a gente não pode se jogar em seus braços, nos amparam. E que mesmo que a gente não consiga nem mesmo falar, contar, lamentar, mesmo que elas não saibam de nada, o simples fato de pensar nelas já acalma.
Mas não basta.

Tem dias em que o mundo parece injusto, que os dias parecem vazios, que as tecnologias parecem inócuas. Dias em que a gente quer que elas peguem no nosso cabelo, digam que precisa hidratar. Que a gente quer segurar aquela mão tão conhecida, com esmalte lascadinho na ponta. Dias em que a gente quer colo seguro de amiga. 
Segurança e elas.

Elas que não têm o colo acolhedor de mãe, nem o peito protetor de um namorado, nem o poder de um sapato novo, nem o abdômen tatuado do Adam Levine. Mas que são um oásis quando a vida parece difícil, um norte quando estamos sem rumo, um cais para onde podemos eternamente voltar. 

Elas,
as únicas que brigam, apontam e julgam sem doer. As únicas que jogam as verdades evitadas, mas em cujas mãos viram purpurina. Elas, que colorem a vida nos dias cinzas. Que adoçam o peito quando ele ameaça
ficar amargo. 

Elas. Elas e mais nada."

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Dica de leitura: “A Cicatriz de David”, de Susan Abulhawa

Sabemos que Israel e Palestina vivem em conflito, mas quantos de nós sabemos e compreendemos os motivos ideológicos, políticos, filosóficos e religiosos? Eu sempre ouço falar, sei dos conflitos intermináveis, mas meu conhecimento não é profundo e, hoje, não tenho condições de fazer um juízo de valor. Sempre imaginei que teriam os horrores de guerra, mas nunca tinha visualizado e, na verdade, nem pensado claramente sobre isso.

A leitura desse livro, além de abrir a discussão em mim sobre esse conflito e a curiosidade a respeito da história, me trouxe momentos de intensa emoção. O livro é muito bem escrito e nos prende do início ao fim. Apesar da narrativa não ser linear, a gente não se perde e a história flui de maneira clara e enérgica.

'A cicatriz de David' é o testemunho da história de uma família palestina, cujo cenário é o conflito palestino-israelense. A escritora, cansada de tantas notícias tendenciosas a respeito de seu povo, resolveu escrever esse livro para contar sua história, e sua visão, nos fazendo refletir sobre os motivos de tanta disputa.

O livro narra a história da família palestina de Dalia e Hassan que vê seu destino mudar com a criação do Estado de Israel após o holocausto. Ismael, um dos filhos do casal, marcado por uma cicatriz no rosto, é raptado por um casal israelense maculado pelo holocausto. Ismael é então chamado de David e é criado como judeu, ignorando suas origens e desprezando os árabes. Enquanto isso, os membros de sua família biológica são expulsos das terras e enviados para um campo de refugiados.

A partir de então, os filhos sobreviventes da família dizimada, Amal e Youssef, contam a saga de sua família e a história dos palestinos durante os conflitos com os israelenses. A história tem muitas passagens tristes e emocionantes também, contando da infância à maturidade dos irmãos, os temores e as alegrias de uma vida que valoriza as pequenas coisas e a esperança tem o valor de uma conquista. A obra é ótima e nos traz reflexões profundas, nos fazendo valorizar aquilo que realmente é importante: o amor, a vida e o respeito.

Como eu já mencionei antes, não tenho condições de me posicionar, nem de tecer comentários a respeito dos conflitos (mas já estou buscando me inteirar e conhecer mais desse assunto), porém, penso que por mais razão que um dos povos tenha, não tem o direito de matar e torturar pessoas. A violência nunca é a solução. Será utopia crer que ambos os povos podem coexistir em paz? Será impossível haver respeito às ideologias e haver convivência pacífica? Gostaria muito de dizer que sim, mas a história vem mostrando há séculos que essa briga está longe de findar.

Desejo que esse triste capítulo termine e ambos os povos vivam em harmonia e paz, pois é muito triste ver que pós-holocausto as barbáries continuam e, pelo visto, não há previsão de solução. Lamento toda essa situação.

Recomendo a leitura e já alerto: você vai querer saber mais sobre mais esse capítulo triste da história mundial.


Boa leitura!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Receita de Bolinho de Bacalhau sem batata!

Particularmente eu adoro petiscos. Ainda mais com o verão chegando, nada melhor do que comidinhas apetitosas para saborear entre amigos!

Essa semana testei uma receita de bolinho de bacalhau sem batata que eu vi o Olivier Anquier fazer! Isso mesmo, bolinho de bacalhau sem batata!

Talvez essa receita não renda tanto como a receita que vai batata, mas ao menos essa receita você sente bem o bacalhau (não ficam aqueles bolinhos que são 'pura batata' e o bacalhau 'só passou perto'!). Além disso, o bolinho fica bem sequinho e leve! Uma verdadeira delícia!! Prove! Segue a receita com as minhas adaptações!

Bolinho de Bacalhau sem batata
Ingredientes:

• 1kg de bacalhau dessalgado e desfiado
• 300g de farinha de trigo
• 3 ovos (claras em neve)
• 1 cebola picadinha
• 1 pimenta dedo de moça (usei pimenta vermelha)
• sal (a gosto)
• pimenta do reino (a gosto)
• 1/2 limão siciliano
• 50 ml de azeite (de oliva)
• salsinha
• 5g de bicarbonato de sódio

Desfie o bacalhau já dessalgado e reserve.
Em um recipiente, prepare a massa: coloque a farinha, 
o bicarbonato, o sal e a pimenta do reino. 
Acrescente água (a olho) aos poucos até que fique com uma 
consistência pastosa. 
Junte as gemas e as claras em neve.
Pique a cebola, a salsa e a pimenta e divida entre os 
recipientes (metade na massa e metade no bacalhau). 
Deixe a massa descansar por uma hora.
No bacalhau, misture ainda o azeite e o suco do limão.
Misture aos poucos a massa ao bacalhau, mexendo devagar, 
até que tome a consistência necessária para fazer os 
bolinhos (pode ser que você não precise usar toda a massa).

Com o auxilio de duas colheres de sopa,vá formando os bolinhos e 
frite em óleo bem quente.

Espero que gostem! Essa receita rendeu cerca de 40 bolinhos!
Bom apetite!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Dica de leitura: “Os cães nunca deixam de amar”, de Teresa Rhyne.

Essa dica de leitura é ótima – modéstia parte! Sabe aquele livro que não conseguimos largar? Então, esse livro é desse tipo!

 

O título original dessa obra era "The dog lived, and I will" (com tradução livre: "O cão sobreviveu e eu também sobreviverei") então por aí você já pode imaginar que bela história está por vir.

Esse livro conta a emocionante história real de Teresa, seu cão beagle Seamus e dois diagnósticos terríveis.

Teresa, com namorado novo, casa nova, escritório novo e todos acontecimentos em torno disso se depara com o diagnóstico  de um tumor maligno em seu cãozinho.

A partir de então o livro conta toda a saga do tratamento de Seamus e suas “diabruras”, pois mesmo doente ele não deixa de aquecer o coração de todos com sua energia e amor canino.

O cachorrinho dá uma aula de força e coragem – o que preparou Teresa a enfrentar e vencer um câncer de mama posteriormente.

Porém, não pense que o relato é triste e devastador. Ao contrário de ser um relato pesado e triste, é um relato real com todas as facetas que essa doença terrível apresenta, mas o livro não deixa uma imagem de tristeza e sim uma mensagem de otimismo, que se pode vencer. O livro é divertido e edificante, com passagens hilárias e surpresas deliciosas!

Lógico que em alguns momentos a descrição dos fatos é triste – o que é inevitável, mas a realidade e simplicidade do enredo nos prendem e nos enche de esperança. A forma como a escritora conduz a história é muito legal.

Recomendo a leitura até para os mais “chorões”, pois é uma valorosa história de superação e amor.

Boa leitura!!