segunda-feira, 30 de março de 2015

Dica de Leitura: “O Beijo na Parede”, Jeferson Tenório. Editora Sulina.

Há algum tempo vi esse livro no site da Editora Sulina e fiquei muito curiosa. Ao ler fui arrebatada. A linguagem simples me cativou, parece que o autor está conversando conosco e a história prende do início ao fim. Nem preciso dizer que li em apenas uma noite, pois não dá pra dormir sem saber o final! Essa bela edição da Editora Sulina é muito interessante e trata de temas doloridos de forma delicada e envolvente.


O livro trata da história de João, que com apenas 11 anos se vê órfão: perde a mãe por um câncer; se muda para Porto Alegre com seu pai, que logo se suicida – aqui já enfrentamos um tema super devastador. Assim o pequeno João e se vê obrigado a enfrentar a vida sozinho, a superar os abandonos mundanos e precisa amadurecer precocemente.


A história trágica do menino órfão que vem morar no Rio Grande do Sul toma rumos inesperados e a condução de sua vida surpreende. Diante de tantos abandonos materiais e emocionais, João consegue sobreviver e nas entrelinhas ainda podemos sentir a carga psicológica e filosófica da narrativa e a descrição de como o jovem teve de amadurecer de qualquer jeito e da melhor maneira possível.

 Não pense que o livro tem uma narrativa pesarosa e enfadonha. A história nos faz refletir sobre muitos aspectos da vida, os abandonos que todos nós de uma forma ou outra também sofremos, as violências que muitos estão expostos, a fome, a incerteza do amanhã, a fé, a sexualidade. Nesse contexto ele ainda consegue falar sobre educação e assim insere os livros na trama e em sua vida.

O Beijo na Parede” é o primeiro livro Jeferson Tenório e ele conseguiu cativar o leitor pela sua narrativa fascinante e envolvente. Gostei muito tanto do tema, como a forma que ele tratou as questões de forma delicada e ao mesmo tempo direta.

Esse romance foi premiado com o troféu "Livro do Ano" - 2014 - AGES (Associação Gaúcha de Escritores). Confira a fanpage da Editora Sulina www.facebook.com/editorasulina

Recomendo a leitura!




terça-feira, 17 de março de 2015

Dica de leitura: “Testemunhos da Infâmia - Rumores do Arquivo”, organizado por Tania Mara Galli Fonseca, Carlos Antonio Cardoso Fillho e Mário Ferreira Resende. Editora Sulina.

Essa obra da Editora Sulina trata de temas filosóficos da vida à luz da psicologia e da psicanálise. O livro traz textos de profissionais da área que vivenciaram diversas situações junto a doentes mentais, prostitutas, usuários de drogas, e analisaram os sentimentos de forma clara e profunda. A obra nos faz refletir sobre a vergonha de situações existentes, mas que preferimos fechar os olhos, para que o sentimento triste não nos atinja – como se isso fosse possível.

Os textos dão voz àqueles que sempre foram “representados” por outros: prisioneiros, loucos, drogados, prostitutas, a partir dos cenários da infâmia que os rodeiam, como o dos presos da ditadura militar ou do território da prostituição.

O livro mostra situações críticas e busca significados para sentimentos vivenciados pelos indivíduos que não têm outra opção senão de submeter-se. Os testemunhos contidos na obra nos fazem olhar para vidas que não imaginamos e a infâmias que muitos estão submetidos por simples falta de opção, pois não diria que é falta de coragem mudar essas situações tão limítrofes, visto que a mudança teria de ser bastante radical e não dependeria apenas de vontade - é preciso estrutura para tanto.

Nesse livro nos deparamos com situações corriqueiras para esses indivíduos – mas nem por isso menos tristes, que foram testemunhadas por pessoas que trabalharam nas instituições ou que buscaram conhecer as reais situações diárias desses locais a fim de analisar e humanizar essa vivência.

Confira mais detalhes na fanpage da Editora Sulina www.facebook.com/editorasulina

Boa leitura!




segunda-feira, 2 de março de 2015

Dica de leitura: “Tim” – Colleen McCullough

Há anos eu li outro livro dessa autora: “Pássaros Feridos” – inclusive já falei desta obra aqui: http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2013/05/dica-de-leitura-passaros-feridos-de.html. Agora, li esse livro fabuloso: “Tim” – que venho recomendar a vocês por ser uma história única e inesquecível.


A história se passa na Austrália e traz Mary, uma solteirona bem sucedida, mas pessoa simples e solitária; e Tim, um rapaz jovem, com problemas de aprendizado, ingênuo e puro, como protagonistas dessa bela história que tocará seu coração.

Ao conhecer o jovem Tim, com todas suas limitações, a vida de ambos muda. Não espere um relato de uma história de amor quente e enlouquecedora, mas sim um relato de amor sereno que começa tranquilamente, com doação, dedicação e abnegação surpreendentes. É um sentimento novo para Mary, um tipo de amor que ela nunca imaginou sentir. É emocionante a forma e a delicadeza que a autora relata essa relação e esses sentimentos tão nobres.

A história é belíssima e nos toca mostrando que os verdadeiros sentimentos são singelos, que a vida é simples e que para sermos felizes bastam pequenos gestos, desde que verdadeiros: dedicação, afeto, companheirismo, doação, amor.

A obra dessa autora mais uma vez me surpreendeu e me arrebatou. Emocionei-me com a facilidade do acesso à felicidade pelos olhos do ingênuo e amável Tim, com a dedicação de Mary e com a sucessão de acontecimentos que nos tocam.

Adoro livros que deixam uma marca no meu coração – na verdade, sempre busco livros que me trazem mensagens edificantes. Esse livro é mais um desses que ficarão para sempre na minha memória. Super recomendo a leitura!

Aproveito para, com esse post, fazer uma pequena homenagem à escritora Colleen McCullough que nos deixou agora em 29 de janeiro de 2015. 

Quero agradecer pelas suas obras grandiosas que lhe fizeram imortal. Obrigada também pelas maravilhosas mensagens que nos deixou. Colleen sempre será lembrada pelo seu incrível legado pessoal, pelo seu talento de ter conseguido nos tocar com sentimentos tão profundos e que foram traduzidos de forma brilhante, simples e delicada. Parabéns e obrigada!

Boa leitura!




sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Dica de leitura: “Laços Inseparáveis”, de Emily Giffin.


‘Laços Inseparáveis’ é uma história sensível que gira em torno de amores adolescentes que duram pra toda vida, gravidez não planejada, adoção, escolhas, arrependimentos... redenção. Uma história fascinante que não nos deixa largar o livro. Além de nos prender do começo ao fim, eu me emocionei com as sutilezas dos sentimentos e das atitudes de coragem, amor e até mesmo de abnegação.

“Marian Caldwell é uma produtora de televisão de 36 anos, vivendo seu sonho em Nova York. Com uma carreira bem-sucedida e um relacionamento satisfatório, ela convenceu todo mundo, inclusive si mesma, que sua vida está do jeito que ela deseja. Mas uma noite, Marian atende a porta... para apenas encontrar Kirby Rose, uma garota de 18 anos com a chave para o passado que Marian pensou ter deixado para trás para sempre. Desde o momento que Kirby aparece na sua porta, o mundo perfeitamente construído de Marian — e sua verdadeira identidade — será chacoalhado até o fim, fazendo ressurgir fantasmas e memórias de um caso de amor apaixonado que ameaça tudo para definir quem ela realmente é. Para a precoce e determinada Kirby, o encontro vai provocar um processo de descobrimento que a leva ao começo da vida adulta, forçando-a a reavaliar sua família e seu futuro com uma visão sábia e doce. Enquanto as duas mulheres embarcam em uma jornada para encontrar o que está faltando em suas vidas, cada uma irá reconhecer que o lugar ao qual pertencemos normalmente é onde menos esperamos nos encontrar — um lugar que talvez forçamos a esquecer, mas que o coração se lembra eternamente.” (informações contidas no site http://www.editoranovoconceito.com.br/livros/lacos-inseparaveis/).

A obra nos faz pensar muitas coisas como: até que ponto o passado e as escolhas feitas podem ser mudadas ou remediadas? Ou, que direito outras pessoas têm de querer mudar os resultados das escolhas de outra pessoa? Uma pessoa não tem o direito de optar por algo diferente do que pensamos ou que, supostamente, faríamos? Podemos julgar essas escolhas?

O livro trata de forma sensível e inteligente a respeito dos sentimentos de uma mãe que entrega um filho para adoção, da mãe que recebe essa criança e de todos envolvidos... e, na realidade, quem pode se meter e julgar essa decisão? E quanto às conseqüências? O que você acha?

A profundidade dos sentimentos narrados, bem como o conflito interno e as angústias das personagens são marcantes e bem reais. Impossível não se posicionar, ou ao menos não se confrontar com essas situações. Mais uma vez a autora nos coloca à frente de um dilema interno: ‘e se fosse comigo, como eu agiria?’

Você pode fugir, mas não se esconder” - essa frase contida no livro resume o sentimento da história, pois ninguém pode fugir da verdade, nem mesmo a respeito de fatos que foram muito bem organizados para nunca serem descobertos – mas pode optar por retomá-los e incorporá-los a sua vida ou não. Um dia a verdade aparece: tanto com relação a mentiras, em relação a sentimentos e principalmente com relação ao amor e bagunçam tudo, principalmente a vida ‘perfeita’ que a protagonista pretendia fazer todos acreditarem. Porém, arrumando essa ‘bagunça’ muitas coisas boas acontecem... a história é apaixonante e envolvente!

O final é bem realista e a obra poderia ter uma continuação (bem que eu queria!!), pois a história é incrível e a narrativa eletrizante.

Adoro os romances dessa escritora. Já li quatro deles e todos são um sucesso (veja outros posts aqui: http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2012/06/dica-de-leitura.html http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2012/11/dica-de-leitura.html) – agora só falta ler o último: ‘Uma prova de amor’.

Boa leitura!!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Dica de leitura: “Nietzsche Psicólogo - A Clínica à Luz da Filosofia Trágica”, de Simone Mainieri Paulon. Editora Sulina.

Recebi essa bela coletânea de textos que nos leva à compreensão de muitos aspectos emocionais à luz da psicanálise e quero compartilhar com vocês!

O livro nos faz refletir quanto às idéias filosóficas e confronta os pensamentos de Nietzsche e Freud nos fazendo pensar sobre temas diversos, mas inerentes à alma humana.
Como é um livro que trata que questões psicológicas e filosóficas, os ensinamentos poderão ser interpretados de formas diversas por cada leitor. Passo a falar do que me tocou e do que percebi com a leitura da obra - lembrando que cada um sente e entende de acordo com sua vivência, carga de emoções e conhecimento.
Na leitura dos textos, percebemos que as respostas aos mais diferentes questionamentos estão acessíveis em nossa alma, bastando buscar e projetar os caminhos e métodos de pensar da psicanálise e da filosofia.
Eu não sou o que se diria uma 'entendida' da área, então pra mim foi muito enriquecedor e passo a comentar alguns pontos interessantes que você poderá aprofundar, concordar ou discordar, como a afirmação de que a doença, o sofrimento e o ressentimento não têm apenas o lado ruim.

A dor pode ser a alavanca para novos rumos e para o renascimento, sendo indispensável permitir-se viver tanto as alegrias como as tristezas e frustrações. Assim aprendemos a lidar com os problemas e as culpas associadas e que nem sempre são reais, podendo então nos libertar.

Inclusive a obra traz a construção dos mandamentos da psicanálise trágica, explicando os mandamentos, como “Acolher a dor e o sofrimento como partes integrantes da vida, tanto quanto o prazer e a alegria”. Parece impossível, mas somente quando acolhemos e aceitamos o que estamos sentindo, podemos lidar com as conseqüências desse sentimento e até mesmo mudá-lo. Só podemos tratar aquilo que conhecemos, não podemos, portanto, nos furtarmos da dor e do sofrimento, nem mesmo podemos ou devemos disfarçá-los. Tudo que se vive intensamente é que se pode trabalhar e mudar dentro de nós, sem piedade ou complacência.

Interpretar os movimentos de construção e destruição como partes do mesmo devir criador” é o mandamento que nos ensina que a vida é feita de movimentos de morte e renascimento contínuos e concomitantes que nem sempre são trágicos como sempre imaginamos. Partes nossas morrem para que outras possam nascer num claro movimento de progresso emocional e afetivo.

A obra fala ainda das atitudes humanas atuais na busca de companhia eterna, porém irreal. O livro mostra uma visão clara e ao mesmo tempo triste em que as pessoas buscam amor, casamento, filhos, para se sentirem plenas e completas. Porém, essa busca nem sempre é verdadeira e, na maioria das vezes, representa apenas o deslocamento afetivo, ou seja, as pessoas cansadas das frustrações amorosas tentam enganar-se buscando algo fantasioso ou irreal para não mais perderem afetos – num claro sentimento de compensação das frustrações.

O livro coloca em foco a identificação do que é real e no que é fantasioso a respeito dessas escolhas existenciais, no medo das mudanças que justificamos como perdas, as quais nos paralisam, nos instigando a conhecer os próprios desejos reais e não aqueles substitutivos ou compensatórios.

A leitura dessa obra nos faz direcionar o olhar para dentro de nós mesmos em vários aspectos, nos permitindo digerir certas experiências emocionais vitais que muitas vezes foram aterradoras, mas à luz da psicanálise percebemos que representam apenas evolução e amadurecimento.

Além desses pontos que menciono, a obra traz inúmeros outros pontos e ensinamentos incríveis que nos fazem refletir.  Boa leitura!


Confira mais informações na fanpage da Editora Sulina www.facebook.com/editorasulina

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Amigas e mais nada...

Li o texto que segue na internet. Não sei a autoria, mas poucas vezes encontrei um texto tão lindo e verdadeiro, por isso compartilho com vocês.

Com esse texto quero homenagear a amizade. 
Amigas, vocês sabem a importância que têm na minha vida, mas sempre é bom enfatizar!!




"Aqueles dias em que só elas resolvem.

Tem dias em que a gente acorda e não queria a mãe, nem o namorado, nem o sapato novo e nem mesmo o Adam Levine. Tem dias em que a única solução é uma delas por perto. Você e elas.

Elas. Que colocam o dedo na ferida e na sequência fazem seu curativo.
Que te julgam e nunca te condenam. Que apontam todos os seus erros e desenham o mapa do caminho mais seguro. Que dizem que vão te matar se você fizer isso de novo e você faz de novo e elas não te matam.
E te resgatam.

Tem dias em que a gente só queria que não tivesse trabalho, não tivesse distância, não tivessem maridos, namorados e casos. Que a gente queria acordar como nos velhos tempos, edredons para dormir no chão, sem hora para se levantar. Pijama e elas.

Elas. Do brigadeiro na panela, nada gourmet. Do Diário de Bridget Jones, do Diário da Princesa, do Diário de uma Paixão. Elas,diariamente.
Elas, que são nossa terapia sem precisar dizer nada, pelo simples fato de estarem lá, compartilhando as calorias, as frases decoradas dos filmes, as angústias secretas do nosso peito.

Tem dias em que não dá pra esperar até sexta. Que tem que ser agora, como era na escola, na faculdade, na pós, na chegada no trabalho. Que vocês iam até o banheiro pra conversar e chorar e rir e demorar e curar.
Banheiro e elas.

Elas. Que são onipresentes, que mesmo não estando, estão. Que mesmo quando a gente não pode se jogar em seus braços, nos amparam. E que mesmo que a gente não consiga nem mesmo falar, contar, lamentar, mesmo que elas não saibam de nada, o simples fato de pensar nelas já acalma.
Mas não basta.

Tem dias em que o mundo parece injusto, que os dias parecem vazios, que as tecnologias parecem inócuas. Dias em que a gente quer que elas peguem no nosso cabelo, digam que precisa hidratar. Que a gente quer segurar aquela mão tão conhecida, com esmalte lascadinho na ponta. Dias em que a gente quer colo seguro de amiga. 
Segurança e elas.

Elas que não têm o colo acolhedor de mãe, nem o peito protetor de um namorado, nem o poder de um sapato novo, nem o abdômen tatuado do Adam Levine. Mas que são um oásis quando a vida parece difícil, um norte quando estamos sem rumo, um cais para onde podemos eternamente voltar. 

Elas,
as únicas que brigam, apontam e julgam sem doer. As únicas que jogam as verdades evitadas, mas em cujas mãos viram purpurina. Elas, que colorem a vida nos dias cinzas. Que adoçam o peito quando ele ameaça
ficar amargo. 

Elas. Elas e mais nada."

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Dica de leitura: “A Cicatriz de David”, de Susan Abulhawa

Sabemos que Israel e Palestina vivem em conflito, mas quantos de nós sabemos e compreendemos os motivos ideológicos, políticos, filosóficos e religiosos? Eu sempre ouço falar, sei dos conflitos intermináveis, mas meu conhecimento não é profundo e, hoje, não tenho condições de fazer um juízo de valor. Sempre imaginei que teriam os horrores de guerra, mas nunca tinha visualizado e, na verdade, nem pensado claramente sobre isso.

A leitura desse livro, além de abrir a discussão em mim sobre esse conflito e a curiosidade a respeito da história, me trouxe momentos de intensa emoção. O livro é muito bem escrito e nos prende do início ao fim. Apesar da narrativa não ser linear, a gente não se perde e a história flui de maneira clara e enérgica.

'A cicatriz de David' é o testemunho da história de uma família palestina, cujo cenário é o conflito palestino-israelense. A escritora, cansada de tantas notícias tendenciosas a respeito de seu povo, resolveu escrever esse livro para contar sua história, e sua visão, nos fazendo refletir sobre os motivos de tanta disputa.

O livro narra a história da família palestina de Dalia e Hassan que vê seu destino mudar com a criação do Estado de Israel após o holocausto. Ismael, um dos filhos do casal, marcado por uma cicatriz no rosto, é raptado por um casal israelense maculado pelo holocausto. Ismael é então chamado de David e é criado como judeu, ignorando suas origens e desprezando os árabes. Enquanto isso, os membros de sua família biológica são expulsos das terras e enviados para um campo de refugiados.

A partir de então, os filhos sobreviventes da família dizimada, Amal e Youssef, contam a saga de sua família e a história dos palestinos durante os conflitos com os israelenses. A história tem muitas passagens tristes e emocionantes também, contando da infância à maturidade dos irmãos, os temores e as alegrias de uma vida que valoriza as pequenas coisas e a esperança tem o valor de uma conquista. A obra é ótima e nos traz reflexões profundas, nos fazendo valorizar aquilo que realmente é importante: o amor, a vida e o respeito.

Como eu já mencionei antes, não tenho condições de me posicionar, nem de tecer comentários a respeito dos conflitos (mas já estou buscando me inteirar e conhecer mais desse assunto), porém, penso que por mais razão que um dos povos tenha, não tem o direito de matar e torturar pessoas. A violência nunca é a solução. Será utopia crer que ambos os povos podem coexistir em paz? Será impossível haver respeito às ideologias e haver convivência pacífica? Gostaria muito de dizer que sim, mas a história vem mostrando há séculos que essa briga está longe de findar.

Desejo que esse triste capítulo termine e ambos os povos vivam em harmonia e paz, pois é muito triste ver que pós-holocausto as barbáries continuam e, pelo visto, não há previsão de solução. Lamento toda essa situação.

Recomendo a leitura e já alerto: você vai querer saber mais sobre mais esse capítulo triste da história mundial.


Boa leitura!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Receita de Bolinho de Bacalhau sem batata!

Particularmente eu adoro petiscos. Ainda mais com o verão chegando, nada melhor do que comidinhas apetitosas para saborear entre amigos!

Essa semana testei uma receita de bolinho de bacalhau sem batata que eu vi o Olivier Anquier fazer! Isso mesmo, bolinho de bacalhau sem batata!

Talvez essa receita não renda tanto como a receita que vai batata, mas ao menos essa receita você sente bem o bacalhau (não ficam aqueles bolinhos que são 'pura batata' e o bacalhau 'só passou perto'!). Além disso, o bolinho fica bem sequinho e leve! Uma verdadeira delícia!! Prove! Segue a receita com as minhas adaptações!

Bolinho de Bacalhau sem batata
Ingredientes:

• 1kg de bacalhau dessalgado e desfiado
• 300g de farinha de trigo
• 3 ovos (claras em neve)
• 1 cebola picadinha
• 1 pimenta dedo de moça (usei pimenta vermelha)
• sal (a gosto)
• pimenta do reino (a gosto)
• 1/2 limão siciliano
• 50 ml de azeite (de oliva)
• salsinha
• 5g de bicarbonato de sódio

Desfie o bacalhau já dessalgado e reserve.
Em um recipiente, prepare a massa: coloque a farinha, 
o bicarbonato, o sal e a pimenta do reino. 
Acrescente água (a olho) aos poucos até que fique com uma 
consistência pastosa. 
Junte as gemas e as claras em neve.
Pique a cebola, a salsa e a pimenta e divida entre os 
recipientes (metade na massa e metade no bacalhau). 
Deixe a massa descansar por uma hora.
No bacalhau, misture ainda o azeite e o suco do limão.
Misture aos poucos a massa ao bacalhau, mexendo devagar, 
até que tome a consistência necessária para fazer os 
bolinhos (pode ser que você não precise usar toda a massa).

Com o auxilio de duas colheres de sopa,vá formando os bolinhos e 
frite em óleo bem quente.

Espero que gostem! Essa receita rendeu cerca de 40 bolinhos!
Bom apetite!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Dica de leitura: “Os cães nunca deixam de amar”, de Teresa Rhyne.

Essa dica de leitura é ótima – modéstia parte! Sabe aquele livro que não conseguimos largar? Então, esse livro é desse tipo!

 

O título original dessa obra era "The dog lived, and I will" (com tradução livre: "O cão sobreviveu e eu também sobreviverei") então por aí você já pode imaginar que bela história está por vir.

Esse livro conta a emocionante história real de Teresa, seu cão beagle Seamus e dois diagnósticos terríveis.

Teresa, com namorado novo, casa nova, escritório novo e todos acontecimentos em torno disso se depara com o diagnóstico  de um tumor maligno em seu cãozinho.

A partir de então o livro conta toda a saga do tratamento de Seamus e suas “diabruras”, pois mesmo doente ele não deixa de aquecer o coração de todos com sua energia e amor canino.

O cachorrinho dá uma aula de força e coragem – o que preparou Teresa a enfrentar e vencer um câncer de mama posteriormente.

Porém, não pense que o relato é triste e devastador. Ao contrário de ser um relato pesado e triste, é um relato real com todas as facetas que essa doença terrível apresenta, mas o livro não deixa uma imagem de tristeza e sim uma mensagem de otimismo, que se pode vencer. O livro é divertido e edificante, com passagens hilárias e surpresas deliciosas!

Lógico que em alguns momentos a descrição dos fatos é triste – o que é inevitável, mas a realidade e simplicidade do enredo nos prendem e nos enche de esperança. A forma como a escritora conduz a história é muito legal.

Recomendo a leitura até para os mais “chorões”, pois é uma valorosa história de superação e amor.

Boa leitura!!

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Publicações da Editora Belas Letras

Há alguns dias publiquei aqui no blog um post sobre o livro “Tempos Felizes”, de Gilmar Marcílio. Eu conheci as obras desse escritor somente agora, mas você pode ter conhecido esse talento há bastante tempo. Eu realmente fiquei muito impressionada com tudo que li dele, suas obras são maravilhosas, com uma carga emocional e com ensinamentos para toda a vida.

Como já mencionei, o primeiro livro que li dele foi “Tempos Felizes”, mas depois do grande aprendizado que tive com suas palavras, não sosseguei até ler todos os demais livros publicados.

A Editora Belas Letras publicou todos os livros desse escritor: “O Mundo é o Que é”, “A Vida sem Manchete”, “Querer sem Medida” (além do “Tempos Felizes”). Minha opinião é de que um livro é melhor do que o outro e a edição da Editora Belas Letras é encantadora!



Quanto ao livro “Tempos Felizes”, não vou me alongar, pois já publiquei minhas observações. O livro tem mensagens edificantes para toda a vida. Veja aqui o post já publicado: http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2014/06/dica-de-livro-tempos-felizes-gilmar.html


"Não sonho com as horas que passaram, com as horas mortas. Gosto do presente que me visita e faz com que eu queira distribuir abraços a perder de vista. Aprendi a trabalhar por dentro e por fora para tornar as paredes que me sustentam mais fortes. Meu tempo certo aconteceu um pouco tarde. Mas os machucados que descobri em mim são superficiais. Posso ser meu médico e promover a cura. Só que, às vezes, eu sonho em nascer de novo, abandonando a culpa do que não tive coragem de fazer. Porém, ainda carrego a leveza na ponta dos dedos. Numa página que não esqueço, li que mais importante do que descobrir se há vida depois da morte, é descobrir se há vida antes da morte. Farejo. Investigo. Procuro. Não quero mais recolher a alma antes das cinco da manhã." (contracapa do livro "Tempos Felizes")


O livro “O Mundo é o Que é” traz crônicas sobre o dia-a-dia, mostra-nos a ver o mundo não só como o vemos, mas de diversos pontos de vista e fugindo das idéias fáceis e comuns. Mensagens de bem-viver, de respeito e educação.


"Admiração exige disciplina, lembrança continuada de que é preciso manter vivo o que nos sustenta. Gosto de ler poemas. Sempre. Quando um verso me emociona, não consigo deixar de dividi-lo com quem imagino que também vá apreciá-lo. A sensação da partilha amplia o quinhão da beleza. Dar palavras me parece mais importante do que dar um par de sapatos ou uma camiseta nova. E sempre é possível fazer algo inusitado por quem está próximo. Basta não estar distraído. Não é preciso muito dinheiro e nem muita criatividade. Há que se estar disponível, apenas. Se não nos permitirmos esses rompantes amorosos, nada mais fazemos do que burocratizar as relações. É sabido que o tempo rói vorazmente tudo que está ao seu alcance. Mas há de ser possível armar alguns estratagemas para que ele não carregue tudo consigo. Se um espesso véu encobre a percepção do que roça a palma da nossa mão, ainda assim podemos nos embriagar de contentamento com o que está em nós há muitos anos. A palavra mirar, focar os olhos, colocar sob nossa mira, pode ressuscitar o que agoniza." (contracapa do livro "O Mundo é o Que é")


A Vida sem Manchete” é mais uma obra incrível que desperta sentimentos com relação aos momentos mais simples da vida. A percepção da alma humana, com um toque de filosofia nos faz perceber que a felicidade é aquilo que nos toca, independente da sua ‘grandeza’ e que para vê-la basta estar disposto e de coração aberto.


"Começou numa segunda-feira comum, nem era primavera. Dei uma mordida numa pera e de repente senti que ali também tinha uma manchete escondida, meio envergonhada de existir. Tão simples: o prazer da polpa se desmanchando na boca, a alegria do corpo com saúde, só respirando, modestamente feliz. Depois foi fácil: um amigo me falou que uma frase que eu nem me lembrava ter escrito foi melhor que aspirina para a alma. Sorri, porque havia ali um certo empréstimo, um merecimento que não me pertencia. Ninguém sabe por que, mas um presente sempre assume a forma da pessoa que o recebe. Com o passar do tempo, as coisas se tornam mais naturais. A cor de um prédio, uma laranja descascada com a mão, o passo acelerado para escapar da chuva. Os presentes chegavam de todos os lados, mesmo quando eu estava distraído. Ele me disse que era assim mesmo que acontecia, sem agendamento ou passaporte para isso que todos pareciam querer: a felicidade. E que a vida ia se fazendo em descompasso com esses anúncios que andam exibindo por aí. Era de outra coisa que estávamos falando. Poucos percebem que as melhores manchetes podem ser lidas todos os dias. Basta deixar a porta destrancada". (contracapa do livro "A Vida sem Manchete")

Querer sem Medida” é um doce passeio pelos nossos sentimentos que talvez andem guardados ou escondidos lá no fundo de nossa alma. É mais uma obra que o autor nos leva a refletir sobre os mais belos sentimentos e nos faz ver que os mais belos momentos são os mais simples, mas cheios de significados. (Inicialmente esse livro se chamou “Frutos Ardentes” e foi o primeiro livro publicado por Marcílio).


 "Querer sem medida é viver, porque todos passam. Os grandes e os pequenos. Quem acumula ouro morrerá coberto de ouro. Mas morrerá pobre, só tendo ouro. Sob o sol há outros afazeres, outras provisões. Não há sabedoria em aumentar o quinhão de posses. O que o tempo dá, o tempo toma. Está escrito que os dias são curtos, que tudo é vento. Fica assim a certeza de que essas palavras são preciosas não só para aqueles dias, mas também para os nossos. As pessoas dizem, mais ou menos em uníssono, do cansaço, das opressões que acontecem no trabalho, em casa, nas relações afetivas. Paradoxalmente, a tecnologia encurta o fazer, mas cobra mais disponibilidade para esse mesmo fazer. E para que tanto? Se do sopro nascemos, nosso fim se anunciará de igual maneira." (contracapa do livro "Querer sem Medida)

Para mim é impossível dizer qual dos livros gostei mais, pois todos eles nos levam a uma linda reflexão a respeito de nós mesmos, dos nossos sentimentos, do que queremos de nós, da nossa vida, o que faremos, como faremos... Recomendo a leitura de todos eles.

Marcílio é filósofo e estuda a psicanálise, então, por aí você já pode esperar grandes análises íntimas de nossas almas. Não pense que a leitura é pesada ou complexa. Ele tem uma habilidade encantadora de transformar os ensinamentos profundos em crônicas sutis que todos se reconhecem... Eu diria que é um aprender, brincando, se divertindo!

Minha recomendação é de que você leia as obras de Gilmar com o peito aberto... Sentindo as palavras e aprendendo com a sutileza das lindas mensagens.

Acho que não preciso nem dizer que sou fã desse escritor, né? Adoro livros que agreguem valores emocionais e morais às nossas vidas, e as obras dele são exatamente assim!

Recomendo! Boa leitura!


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Dica de leitura: “As Sete Irmãs”, de Lucinda Riley

Desde o primeiro livro que eu li de Lucinda Riley sou totalmente fã do estilo dessa escritora. Leitura leve, mas envolvente, com mistério, amor e sempre uma história de redenção. O que posso querer mais? Não é à toa que sempre que vejo um novo título dela, compro sem nem mesmo ler a contracapa, sinopse ou orelha do livro! Aliás, dessa autora, desconfio que eu leria até um bilhete escrito em um papel de pão!


Essa sua última obra, que na verdade será a primeira de uma série de sete livros, conta a história das irmãs D`Apliése que foram adotadas por Pa Salt. Cada uma das irmãs veio de um lugar diferente, mas estão unidas pelo amor e pelas dúvidas sobre suas origens. O enredo se desenrola após a morte do pai das meninas que em seu último ato deixa pistas para que cada uma delas busque seu passado.

Nesse primeiro livro, Maia, a irmã mais velha, é a primeira a procurar suas origens e, para nossa agradável surpresa, ela vai parar no Rio de Janeiro, aqui no nosso Brasil! Além disso, ela irá mergulhar numa linda história de amor, tendo a construção do Cristo Redentor como pano de fundo.

A história é linda e encantadora, passeando pela Belle Epoque do Rio de Janeiro, em 1927, enquanto o arquiteto Heitor da Silva Costa trabalhava no Cristo Redentor, e também por Paris.

Mais uma obra épica e arrebatadora sobre amor, escolhas e suas conseqüências que é tão imperdível quanto os demais livros dessa aclamada autora. Ao final do livro, alguns pontos ficam em suspenso, assim, conclui-se que nos demais livros da série poderão ser retomados, o que aumenta ainda mais a expectativa a respeito dessa obra que, ao que tudo indica, será grandiosa.

A história deixa a mensagem de que o amor é a força mais poderosa que existe e mais bela também. Mas nos faz pensar também em como as escolhas mudam os destinos das pessoas.

Recomendo a leitura! Livro fascinante... e já estou ansiosa pelos outros livros da série!


Boa leitura!