Acabo de ler três livros de diferentes estilos e diferentes autoras que
sequer moram no mesmo continente, mas as obras me fizeram refletir
sobre o mesmo tema e aspectos que há muito tempo me fazem pensar. A obrigação ou,
melhor dizendo, a cobrança com a maternidade que muitas vezes deixa de ser
escolha e passa a ser um dever.
Aproveito para indicar a leitura dos três livros, pois são maravilhosos, muito bem escritos e nos fazem refletir sobre esse tema importante.
No primeiro livro “A garota no trem”, de Paula Hawkins (tem o filme também), o centro da história nem é o assunto que me fez refletir, mas se você ler a
obra verá que tudo girou ou foi causado por essa cobrança da maternidade que está arraigada em
nossos seres. O livro conta a história de três mulheres que se entrelaçam e
revelam matizes de sentimentos profundos.
Rachel, que desejava muito ser mãe, não pode e isso foi o
estopim para uma crise conjugal irreversível. Megan, que teve uma gravidez
indesejada e o bebê morreu num acidente terrível, tem horror à ideia de ser mãe
novamente – o que causou muitos problemas em seu relacionamento. Anna teve sua
filha por vontade própria e decisão do casal... mas se prestarmos atenção aos
relatos nas entrelinhas, perceberemos que Anna engravidou para garantir e
segurar o casamento.
O outro livro é “O amor em primeiro lugar”, de Emily Giffin, que
conta a história de duas irmãs. Meredith, casada e com uma filha, tem grandes
dúvidas a respeito de seu casamento e descreve as agruras da maternidade e
todos os questionamentos inerentes. Como se ela se culpasse por ver essa realidade
e sentir essas dúvidas, ela se corrige logo após os relatos, sempre dizendo que
‘ama a filha acima de tudo’ e blá blá blá. Não duvido disso, e acho justo ela
falar o que realmente sente, pois essa coisa de idolatrar a maternidade, e só mostrar a parte boa, não está
com nada e cada vez mais soa falso e ilusório, pois tudo tem o lado bom e o lado ruim.
A outra irmã, Josie, ao contrário: solteira e sem filhos, sonha
com a maternidade - como se isso fosse salvar sua existência. O tema central do
livro nem é a maternidade em si, mas essa discussão é um ponto alto da trama muito
bem escrita por essa autora que eu, particularmente, adoro e que eu já li todos seus livros publicados.
O terceiro livro, "O Perfume da Folha de Chá', de Dinah Jefferies - livro maravilhoso que já mencionei aqui http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2017/03/dica-de-leitura-o-perfume-da-folha-de.html também não tem como tema central a maternidade, mas traz esse acontecimento como ápice da trama e nos faz sofrer pelas escolhas da protagonista que desejou ter filhos, mas no momento do nascimento se depara com uma escolha inacreditável e dolorosa.
O terceiro livro, "O Perfume da Folha de Chá', de Dinah Jefferies - livro maravilhoso que já mencionei aqui http://pimentapimenta.blogspot.com.br/2017/03/dica-de-leitura-o-perfume-da-folha-de.html também não tem como tema central a maternidade, mas traz esse acontecimento como ápice da trama e nos faz sofrer pelas escolhas da protagonista que desejou ter filhos, mas no momento do nascimento se depara com uma escolha inacreditável e dolorosa.
Como pode a decisão de ser mãe - que deveria ser uma escolha
feliz - trazer tantas dúvidas e problemas? Não que eu tenha todas as respostas,
mas fica fácil ver a explicação. Porque simplesmente as mulheres se veem sem possibilidade de escolha, renegadas a segundo plano e suas vontades não são respeitadas na maioria das
vezes, sendo que a maternidade é simplesmente vista como uma consequência
natural e exigível para a mulher que chegou aos 30 anos ou uma obrigação para a mulher que se casou.
Estamos em pleno século XXI! Temos e podemos dar voz aos nossos
desejos. O que importa é escolhermos e vivermos da forma que queremos sem se
importar com o que os outros vão dizer ou se a sociedade irá nos julgar. Ninguém nasceu para satisfazer a sociedade ou cumprir alguma regra imposta e sim para ser feliz, do jeito que mais nos aprouver!
Felicidade
é tudo na vida. Somente cada um de nós saber o que é melhor e nos
fará feliz. Liberdade nas nossas escolhas é o primeiro passo para a plenitude e a paz de espírito e, consequentemente, para a felicidade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário