sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Dica de leitura: “A Cicatriz de David”, de Susan Abulhawa

Sabemos que Israel e Palestina vivem em conflito, mas quantos de nós sabemos e compreendemos os motivos ideológicos, políticos, filosóficos e religiosos? Eu sempre ouço falar, sei dos conflitos intermináveis, mas meu conhecimento não é profundo e, hoje, não tenho condições de fazer um juízo de valor. Sempre imaginei que teriam os horrores de guerra, mas nunca tinha visualizado e, na verdade, nem pensado claramente sobre isso.

A leitura desse livro, além de abrir a discussão em mim sobre esse conflito e a curiosidade a respeito da história, me trouxe momentos de intensa emoção. O livro é muito bem escrito e nos prende do início ao fim. Apesar da narrativa não ser linear, a gente não se perde e a história flui de maneira clara e enérgica.

'A cicatriz de David' é o testemunho da história de uma família palestina, cujo cenário é o conflito palestino-israelense. A escritora, cansada de tantas notícias tendenciosas a respeito de seu povo, resolveu escrever esse livro para contar sua história, e sua visão, nos fazendo refletir sobre os motivos de tanta disputa.

O livro narra a história da família palestina de Dalia e Hassan que vê seu destino mudar com a criação do Estado de Israel após o holocausto. Ismael, um dos filhos do casal, marcado por uma cicatriz no rosto, é raptado por um casal israelense maculado pelo holocausto. Ismael é então chamado de David e é criado como judeu, ignorando suas origens e desprezando os árabes. Enquanto isso, os membros de sua família biológica são expulsos das terras e enviados para um campo de refugiados.

A partir de então, os filhos sobreviventes da família dizimada, Amal e Youssef, contam a saga de sua família e a história dos palestinos durante os conflitos com os israelenses. A história tem muitas passagens tristes e emocionantes também, contando da infância à maturidade dos irmãos, os temores e as alegrias de uma vida que valoriza as pequenas coisas e a esperança tem o valor de uma conquista. A obra é ótima e nos traz reflexões profundas, nos fazendo valorizar aquilo que realmente é importante: o amor, a vida e o respeito.

Como eu já mencionei antes, não tenho condições de me posicionar, nem de tecer comentários a respeito dos conflitos (mas já estou buscando me inteirar e conhecer mais desse assunto), porém, penso que por mais razão que um dos povos tenha, não tem o direito de matar e torturar pessoas. A violência nunca é a solução. Será utopia crer que ambos os povos podem coexistir em paz? Será impossível haver respeito às ideologias e haver convivência pacífica? Gostaria muito de dizer que sim, mas a história vem mostrando há séculos que essa briga está longe de findar.

Desejo que esse triste capítulo termine e ambos os povos vivam em harmonia e paz, pois é muito triste ver que pós-holocausto as barbáries continuam e, pelo visto, não há previsão de solução. Lamento toda essa situação.

Recomendo a leitura e já alerto: você vai querer saber mais sobre mais esse capítulo triste da história mundial.


Boa leitura!

Um comentário:

  1. Encaminhei um e-mail à escritora e ela me respondeu! Fiquei muito feliz com a atenção, cuidado e dedicação da autora! Vejam o que ela disse:

    "Dear Lisiê Bortolanza Ferraz

    I hope you will forgive me for taking so long to respond. I do read all letters that come in and do my best to write back in a timely manner. I just want to thank you for reading Mornings in Jenin and for writing to me. I assure you that your English is much much better than my Portuguese.

    With love and solidarity,
    susie"


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