Como assim? Só
porque chega o natal e termina o ano, as pessoas que passaram o ano inteiro
semeando a discórdia, brigando, olhando apenas para seu umbigo, que não foram
capazes de crescer, de perdoar, de amar, de ser pessoas melhores, agora vêm com
esse discurso lindo - e hipócrita, de que natal é tempo de paz!??? Comigo não.
De que adianta nesse
tempo de correria, lojas lotadas, ruas apinhadas, sentimentos à flor da pele,
se no dia 26 de dezembro ninguém mais se lembra de fazer o bem? Se o ciúme, o
ódio, a inveja, as mesquinharias retornam com força total? De que serve isso
tudo? Só serve para aumentar vendas das lojas, porque o verdadeiro sentido do
natal e o amor ao próximo está sendo esquecido há muito tempo. Aliás, o amor a
nós mesmos está sendo deixado de lado. Não amamos o próximo e nem a nós mesmos.
A ordem é
aparentar felicidade - não precisamos ser felizes de verdade, mas temos que
demonstrar isso, querendo que todos vejam a nossa ‘família perfeita’, nossos
bens grandiosos, nosso trabalho com status,
nossas roupas de grife, nosso look
perfeito, a mesa bem posta... Por ‘fora’ estamos lindos, mas e por dentro??
Querem a verdade? Corações dilacerados.
De que adianta
passar o ano todo magoando as pessoas, não sendo capaz de olhar ao próximo ou a
estender a mão, a não reconhecer os erros e defeitos, humilhar, ofender,
lembrar apenas de “ter” e não de “ser”, querer manter aparências, trabalhar de
sol a sol sem se lembrar de viver e acrescentar alguma coisa ao mundo, mas
agora no Natal, felicitar até o ‘cachorro’ do vizinho, comprar presentes para
quem nem se olhou na cara durante o ano inteiro e ‘fazer de conta’ que o mundo
é lindo, perfeito e que todo mundo se ama?? Isso basta pra você?
Hoje em dia
ninguém se importa em quanto bom você foi durante o ano, ou durante sua vida.
Ninguém se importa se você foi leal aos seus princípios, se esteve sempre ao
lado da justiça, da verdade e da moralidade. Na noite de Natal (e nesse época) o
importante é o que você ganhou de presente e o quanto você tem! O carro novo
tão sonhado? Aquele vestido maravilhoso? A jóia mais brilhante?
Sinceramente,
prefiro sentimentos reais. Como sempre digo: “ser” e não “ter”. Amor,
felicidade, justiça, lealdade, companheirismo... isso sim, não tem preço e
também não estão à venda.
Quanto custa uma
amizade sincera? Um abraço apertado? Essas atitudes estão em falta no ‘mercado’...
Talvez essa seja a origem primordial de tanta gente nos consultórios
psiquiátricos com uma depressão que corrói até os ossos.
Natal é tempo de
luz, é tempo de lembrar-se Daquele que deu Sua vida por nós, no seu exemplo de
amor, humildade, paz... Mas não podemos lembrar-nos disso tudo apenas nessa
época. Não sejamos hipócritas. Natal tem que ser todos os dias. Temos que ser
amor todos os dias.
O espírito de
Natal tem que nos acompanhar sempre. Sem ser moralista: temos que nos lembrar
do próximo, lembrar que ele é tão importante como nos mesmos, que ninguém é
mais que ninguém. O que custa ser amável, educado e caridoso com as pessoas? O
que custa ser gentil e amoroso? Um sorriso, uma gentileza não custam nada, mas
valem um montão. Custa tão pouco ser feliz, mas na correria do dia-a-dia
esquecemos que o próximo é de carne e osso como nós. Que todos querem um
carinho, seja na forma de um abraço afetuoso, ou de um simples sorriso de
bom-dia!
Desejo a vocês
amigos, um belíssimo Natal e que ele se perdure por todos os dias do Ano Novo,
com muita paz, amor, saúde e prosperidade. Que sejamos nós o abraço amigo e
afetuoso todos os dias do ano novo que se inicia.
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